quarta-feira, 14 de setembro de 2016

NOTA DOS CONSELHEIROS ELEITOS SOBRE INTERVENÇÃO 2016

COMUNICADO AOS PARTICIPANTES DO SERPROS
                                                                                    Nº 10 – 14/09/2016


Conselheiros Deliberativo Eleitos
Alexandre Jordão, Luiz Antonio Martins e Mauro Roberto   Simião


CRISE NA GOVERNANÇA NO NÍVEL MÁXIMO, COM DESACATO À PREVIC PELOS CONSELHEIROS MARCOS BENJAMIN, EUNIDES CHAVES E ANDRÉ FERNANDES, INDICADOS POR MAZONI, FOI A GOTA D'ÁGUA PARA NOVA INTERVENÇÃO NO SERPROS



A crise na governança do SERPROS, instalada no dia 28 de abril pelos Conselheiros indicados por Mazoni, com a nomeação ilegal da primeira Diretoria Executiva após a intervenção de um ano decretada pela PREVIC, e agravada por novas ilegalidades ao longo dos últimos quatro meses, chegou ao nível máximo tolerável pelo órgão fiscalizador, com a decisão de nova intervenção no SERPROS publicada no Diário Oficial da União do dia 06/09/2015.

A gota d´água para a decisão da nova intervenção, conforme detalhado no nosso Comunicado 09, cujo envio estávamos iniciando naquele dia, foi a suspensão autoritária e ilegal da reunião 07/2016 do CDE, no início do segundo dia dos trabalhos, pelo Presidente Interino do CDE, Marcos Benjamin, com apoio dos outros dois Conselheiros indicados Eunides Chaves e André Fernandes, e o não cumprimento, no prazo vencido no dia 02/09/2016, da determinação constante do Ofício 2578/2016/CGCP/DIFIS/PREVIC para empossar a nova Conselheira indicada pela Diretoria do SERPRO para o CDE, Ana Costi, na vaga aberta com a renúncia do ex-Presidente do Conselho, Antonio Carlos Melo da Silva. A vaga foi ocupada irregularmente pelo seu suplente André Fernandes, já que o Estatuto do SERPROS determina que, quando o cargo de Presidente do CDE fica vago, o patrocinador SERPRO deve fazer uma nova indicação, o que não ocorreu neste caso, conforme detalhado no nosso Comunicado 08, de 25/08/2016.

A intervenção anterior, decretada em 06/05/2015, teve como base legal a Lei Complementar 109/2001, artigo 44. inciso I - “irregularidade ou insuficiência na constituição das reservas técnicas, provisões e fundos, ou na sua cobertura por ativos garantidores” -, em função das graves irregularidades na gestão de investimentos do SERPROS, no período 2011 a 2015, com aplicações de alto risco de perdas e que levaram inclusive à punição pela PREVIC por  gestão temerária de todos os sete ex-diretores daquele período e de quatro técnicos da área de investimentos.

Já a intervenção decretada agora teve como base o inciso III – “descumprimento de disposições estatutárias” – do mesmo artigo daquela legislação, em função da grave crise da governança do SERPROS que estávamos vivendo, com reiteradas ilegalidades praticadas pelos Conselheiros Indicados, que se recusavam a cumprir as orientações do Patrocinador SERPRO, a quem deveriam representar, e até as determinações da PREVIC.

Chamamos, portanto, a atenção dos participantes, ativos e assistidos, de que não há razão para aumentar nossas preocupações com a capacidade do nosso Fundo de Pensão em honrar os pagamentos dos benefícios aos atuais e futuros assistidos, já que até a data desta nova intervenção não foram realizados novos investimentos de risco, devido, principalmente, à extrema vigilância dos Conselheiros Eleitos e do Escritório Regional da PREVIC do Rio de Janeiro.

Temos notícia que o Interventor nomeado - Walter Parente, o mesmo da intervenção anterior – já iniciou as medidas para recolocar o SERPROS no caminho da sua recuperação e reconstrução, que vinham sendo obstaculizadas pelos Conselheiros indicados por Mazoni e pela Diretoria Executiva nomeada ilegalmente por eles. Com a destituição da Diretoria Executiva, por força da intervenção, já no dia 06/09/2016, o Interventor demitiu os ex-Diretores de Seguridade, Fernando da Silva Rodrigues, participante assistido e ex-funcionário do SERPRO, e de Investimentos, Armando Martins Carneiro Lopes, funcionário do SERPROS, e devolveu para o SERPRO o ex-Diretor-Presidente, Antonio Carlos Melo da Silva, ainda participante ativo.

O Interventor também já reintegrou aos quadros do SERPROS, e aos seus cargos de origem, os Gerentes Atuarial, Tatiana Cardoso Guimarães da Silva, Jurídico, Tânia Moyses, e de Investimentos, David Moraes, três dos nossos melhores gestores que haviam sido demitidos - sem qualquer motivo e avaliação dos prejuízos que as demissões poderiam causar à entidade - no terceiro dia de trabalho do Diretor-Presidente, Cláudio Albuquerque Nascimento, que se demitiu apenas 12 (doze) dias após sua nomeação ilegal, quando denunciamos que havia sido demitido por justa causa, em 2005, do Banco do Brasil, por abandono de emprego.

NUNCA NA HISTÓRIA DO SERPROS, havíamos assistido um caso como este, de ter um aventureiro de tal estirpe ocupando a sua Presidência, o que demonstra definitivamente o objetivo dos Conselheiros e Diretores indicados por Mazoni: restabelecer a submissão do SERPROS aos interesses do grupo político-partidário que causou enormes prejuízos ao seu patrimônio, submissão esta que havia sido interrompida pela intervenção decretada em 2015.

Com a nova intervenção, que poderá se estender por 6 (seis) meses, também perderam os seus cargos todos os Conselheiros Indicados e Eleitos, titulares e suplentes, o que obrigará, após o seu encerramento, a novas indicações pelo Patrocinador SERPRO e à realização de novas eleições pelos participantes. Se um por um lado, a Diretoria do Patrocinador, que não foi conivente com as ações dos Conselheiros indicados por Mazoni, terá a oportunidade de indicar novos Conselheiros, competentes e compromissados com suas orientações em defesa do patrimônio do SERPROS, por outro, não poderemos repetir as candidaturas para os mesmos cargos dos nomes de diversos Conselheiros eleitos este ano. Em função de proibição estatutária, mesmo tendo tido mandatos com curtíssima duração, o Conselheiro Deliberativo Luiz Antonio Martins não poderá se candidatar novamente ao CDE, por já ter dois mandatos consecutivos, e os Conselheiros Fiscais Thadeu Portella e Paulo Roberto de Oliveira não poderão se candidatar novamente ao COF, pois o estatuto não admite qualquer reeleição para o COF.

Também como em 2015, o Interventor, cumprindo dispositivo legal, já mandou publicar na grande imprensa, no dia 08/09/2016, edital comunicando a indisponibilidade, durante o período de intervenção, dos bens de todos os ex-diretores e ex-conselheiros que ocuparam os cargos nos últimos 6 (seis) meses, incluindo os Conselheiros Eleitos do CDE e do COF. Como naquela ocasião, somos obrigados a aceitar esta situação, mesmo estando certos de que não cometemos qualquer irregularidade e seremos novamente inocentados pela Comissão de Inquérito, que deverá ser nomeada pela PREVIC nos próximos dias. Até porque as irregularidades que levaram o SERPROS a esta nova intervenção foram por nós sistematicamente denunciadas à PREVIC, e aceitas integralmente pelo órgão fiscalizador. 

Finalmente, como a nova intervenção no SERPROS ocorreu no dia seguinte à Operação Greenfield, deflagrada pela Polícia Federal para investigar indícios de gestão temerária e fraudulenta na PREVI, FUNCEF, PETROS e POSTALIS, os quatro maiores fundos de pensão, voltamos a esclarecer a todos os participantes que os “fortes indícios” de gestão fraudulenta (crime passível de prisão) encontrados pela Comissão de Inquérito da intervenção passada, cujo relatório foi integralmente aprovado pela PREVIC, já estão sendo analisados pela Polícia Federal, Ministério Público, CVM e Banco Central.

Agradecemos as ações, o apoio e a solidariedade demonstrados por todos vocês, participantes ativos e assistidos, pelas entidades sindicais alinhadas à FNI, pelas OLT's e pela incansável ASPAS, que têm acompanhado o nosso trabalho, realizado sempre em defesa do patrimônio previdenciário de milhares de pessoas que depositam no SERPROS parte das suas vidas e de seus sonhos.

Buscaremos mantê-los informados sobre o andamento deste novo processo de intervenção, bem como dos trabalhos da Polícia Federal, Ministério Público, CVM e Banco Central em relação à intervenção anterior.

ESTAMOS CERTOS DE QUE ESTA FOI A SOLUÇÃO POSSÍVEL PARA A CRISE DE GOVERNANÇA IMPOSTA AO SERPROS, CONSIDERANDO A GRAVIDADE DA CRISE E A URGÊNCIA DE SOLUÇÃO DEFINITIVA PARA A MESMA.

CLIQUE NOS LINKS PARA ACESSAR OS DOCUMENTOS CITADOS NESTE  COMUNICADO

Portaria 401, de 05/09/2016, da PREVIC, publicada no Diário Oficial da União de 06/09/2016, de decreto da nova intervenção:  https://representacaodosparticipantesdoserpros.files.wordpress.com/2016/06/portaria-intervenc3a7c3a3o-2016.pdf


Portaria 402, de 05/09/2016, da PREVIC, publicada no Diário Oficial da União de 06/09/2016, de decreto da nomeação do Interventor: https://representacaodosparticipantesdoserpros.files.wordpress.com/2016/06/portaria-nomeac3a7c3a3o-interventor-2016.pdf


Edital do SERPROS, publicado na grande imprensa em 08/09/2016, comunicando a indisponibilidade de bens dos ex-Diretores e ex-Conselheiros Indicados e Eleitos: https://representacaodosparticipantesdoserpros.files.wordpress.com/2016/06/edital.pdf



CLIQUE NOS LINKS PARA RELEMBRAR OS PASSOS DA CRISE DE GOVERNANÇA


Comunicado aos Participantes 01, de 28/04/2106
Comunicado aos Participantes 02, de 02/05/2106
Comunicado aos Participantes 03, de 12/05/2106
Comunicado aos Participantes 04, de 16/05/2106
Comunicado aos Participantes 05, de 09/06/2106
Comunicado aos Participantes 06, de 15/06/2106
Comunicado aos Participantes 07, de 08/08/2106
Ata da Reunião CDE 01/2016, de 28/04/2016
Ata da Reunião CDE 02/2016, de 11, 12 e 16/05/2016
Ata da Reunião CDE 03/2016, de 23 a 25/05/2016
Ata da Reunião CDE 04/2016, de 07 a 09/06/2016
Ata da Reunião CDE 05/2016, de 26 a 28/07/2016
Ata da Reunião CDE 06/2016, de 03/08/2016
Ata da Reunião CDE 07/2016, de 29/08 e 01/09/2016